A empresa de softwares e segurança Koi Security, que investiga aplicativos como parte de seu trabalho, descobriu que uma VPN gratuita — FreeVPN.One — está bisbilhotando as atividades online de seus usuários, tirando prints de tela de cada página visitada. Funcionando como uma extensão do navegador, ela chega a esperar um segundo até que a página carregue totalmente para garantir que está capturando tudo.
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A função automática, de acordo com a ferramenta, tem a ver com “detecção de ameaças com escaneamento por IA”, teoricamente uma função que envia uma imagem do site para os servidores da FreeVPN.One para análise. O que não faz sentido é que o simples envio do endereço da página seria o suficiente para saber se há ameaças, deixando a questão soar mais como uma invasão de privacidade sem a permissão do usuário.
Invasão de privacidade e permissões
Para piorar, a Koi Security também notou que a VPN gratuita grava a localização do usuário via endereço IP, tendo acesso a todos os sites visitados através de permissões do navegador. Ela usa a permissão para verificar, sem restrições, tudo que o usuário visitou. Segundo análises, a VPN em questão atualizou suas permissões e começou a espionar em abril deste ano, somente após conseguir centenas de milhares de clientes.
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O desenvolvedor da extensão, em conversas com a empresa, afirmou que os prints não são mantidos permanentemente ou transmitidos para qualquer outra empresa, prometendo não vender esses dados. Ele se manteve anônimo, no entanto, e as permissões generalizadas foram encobertas em atualizações recentes, ofuscando a atividade da extensão. Após a Koi pedir que o desenvolvedor enviasse provas de legitimidade acerca de suas afirmações, ele parou de responder.
VPNs servem para criptografar dados e proteger a segurança e privacidade dos usuários, ocultando o IP, por exemplo. O problema é que as que realmente funcionam são pagas, e as gratuitas são, no máximo, uma aposta — elas podem ter uma funcionalidade mínima, mas muitas acabam enviando seus dados para terceiros. No caso da FreeVPN.One, as permissões foram muito além do que se espera.
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