As Sete Maravilhas do Mundo Antigo foi a primeira lista conhecida de grandes obras da humanidade, baseada nos guias de viajantes gregos que listaram os melhores lugares para visitar no Mediterrâneo e Mesopotâmia. E as maravilhas naturais? Pensando na astronomia e no fascinante céu noturno, o site Space.com listou as 7 Maravilhas do Universo visíveis a nós, humanos, de planetas e satélites a galáxias e aglomerados estelares. Confira logo abaixo!
- Como foram construídas as Sete Maravilhas do Mundo Antigo?
- Apenas uma das sete maravilhas do mundo antigo nunca foi localizada; saiba qual
1. O Lado Visível da lua
A Lua é provavelmente o primeiro corpo celeste que todo humano conhece após a própria Terra. Figurando no céu noturno e encantando observadores mesmo a olho nu, nosso satélite natural pode revelar muitas belezas se visto por telescópios e até binóculos. Com binóculos simples, é possível ver 605 das características geográficas nomeadas da Lua — no Atlas Fotográfico Lunar, há 670 —, mesmo que apenas em forma de pequenos brilhos.

Os melhores momentos para observar a Lua ficam entre o primeiro e último quarto de cada fase, quando a parte que separa a luz e a escuridão do disco lunar acentua a sombra das crateras e montanhas, criando um relevo belo e estendendo o brilho refletido do Sol.
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2. Os Anéis de Saturno
Saturno é visível a olho nu no céu noturno, mas aparece apenas como uma estrela branco-amarelada. Com um telescópio, no entanto, é possível conferir seus magníficos anéis, feitos de bilhões de partículas — em sua maioria, gelo —, desde microscópicas a montanhas de quilômetros de largura. Levando 29,5 anos para orbitar o Sol, o planeta era o mais distante conhecido aos antigos, que conferiram o nome do deus romano mais poderoso a ele.

Os anéis de Saturno estão virados lateralmente para a Terra, mas, nos anos seguintes, ficarão em um ângulo aberto e, em maio de 2032, chegarão ao ângulo máximo de visibilidade a partir daqui (26,90º). Isso só acontece a cada 15 anos, aproximadamente.
3. A Constelação de Órion
A Constelação de Órion também é chamada de O Grande Caçador ou Guerreiro Celestial, já que os antigos viam um grande homem com uma clava, prestes a enfrentar o Touro da constelação vizinha. Ela ostenta duas estrelas especiais, Rigel e Betelgeuse. A primeira está no ápice de sua vida celeste, a 870 anos-luz, com cerca de 47.000 vezes o brilho do nosso Sol.

Já Betelgeuse, mais avermelhada, está a 550 anos-luz e é um pulsar enorme, no final da vida, expandindo seu diâmetro até 1.000 vezes o diâmetro do nosso Sol, se contraindo repetidamente em seguida. A Nebulosa de Órion, cheia de gás formador de estrelas a 1.350 anos-luz daqui e 25 anos-luz de largura (20.000 vezes o diâmetro do Sistema Solar), brilha ofuscantemente ao redor da Constelação.
4. A Via Láctea
Só visível longe das cidades, onde não há interferência da luz, a Via Láctea teve seu nome conferido pelos romanos, em latim, mas a ideia veio dos gregos: gala, na língua antiga, significa leite, e kyklos, círculo — o que gerou a palavra galáxia. No Hemisfério Norte, a parte mais brilhante desse trecho estelar é a Constelação de Sagitário, na direção do centro da galáxia.

Durante o inverno, o céu mostra o subúrbio do nosso aglomerado de estrelas, a 20.000 anos-luz em direção oposta a Sagitário. O centro do nosso belo lar cósmico fica a cerca de 30.000 anos-luz na direção de Sagitário.
5. O Aglomerado de Hércules
Quando há uma noite sem lua, podemos encontrar a Constelação de Hércules, entre as estrelas Arcturus e Vega. O nome deriva do fato de que, para algumas pessoas, ela lembra a letra “H”. Com tantas estrelas, numa noite escura, o aglomerado parece um trecho iluminado borrado, cujo nome completo é Grande Aglomerado Globular de Hércules (ou Messier 13).

O nome deriva do formato esférico simétrico do aglomerado, que, curiosamente, só ocupa metade do céu noturno. Há centenas de milhares de estrelas nele, todas mais brilhantes do que o nosso Sol.
6. A Nebulosa do Caranguejo
A história dessa Nebulosa é um espetáculo à parte. Em 4 de julho de 1054 d.C., uma supernova enorme, derivada da morte de uma estrela 10 vezes mais massiva que o nosso Sol, explodiu no céu noturno, ficando cerca de 5 bilhões de vezes mais luminosa do que a estrela central do Sistema Solar. Chineses, japoneses e nativo-americanos do sudoeste da América do Norte notaram esse brilho, com cerca de ⅔ do tamanho de uma Lua cheia.
O fenômeno ficou facilmente visível por 23 dias mesmo durante a luz diurna, sumindo por completo após 642 dias. A nuvem de gás que restou do evento é a Nebulosa do Caranguejo, que ainda se expande a 1.500 km por segundo. Charles Messier, quando fez seu catálogo de objetos celestes para que ninguém confundisse os brilhos no céu com cometas, incluiu essa nebulosa em primeiro lugar, e, portanto, dando-lhe o nome de Messier 1.

Em 1968, descobriu-se que o centro da estrela morta é um pulsar, uma estrela de nêutrons que rotaciona rapidamente, 30,2 vezes por segundo. Por isso, a partir da Terra, parece “pulsar”, já que emite energia em quase todas as frequências do espectro eletromagnético.
7. A Galáxia de Andrômeda
O astrônomo persa Al-Sufi descreveu, em 964 d.C., uma pequena nuvem em meio às estrelas da Constelação de Andrômeda. Em um céu limpo e sem luz, é possível ver um trecho iluminado do céu da largura da Lua cheia, representando o centro da galáxia de Andrômeda — o aspecto borrado levou os astrônomos acreditarem, por muito tempo, que era uma nebulosa.

A luz de Andrômeda viajou por 2.500.000 anos até chegar à Terra, vindo a 1080 milhões de km/h. Quando ela saiu da galáxia, há 2 milênios e meio, os seres humanos mal estavam desenvolvendo consciência, e conviviam com mastodontes e tigres-dentes-de-sabre. São mais de um trilhão de estrelas, cuja união também é conhecida como Messier 31. Com binóculos ou um telescópio pequeno, é possível ver suas constelações-satélite, M32 e M110.
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