Uma das culturas mais populares no mundo pop é a escandinava, conhecida pelo nome “viking” e presente em jogos, filmes, livros, séries de TV e até mesmo animações. Muitos dos estereótipos criados por essas mídias, no entanto, não são historicamente precisos — conheça os 5 principais erros perpetuados por filmes e séries sobre os vikings e descubra como esse povo era na realidade.
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1. Capacetes com chifres
Um dos elementos mais reconhecíveis atribuídos aos vikings são os capacetes com chifres ou asas. Quem fez isso primeiro foi o artista alemão Carl Emil Doepler, nas roupas dos personagens da ópera Anel dos Nibelungos, ligada aos nórdicos.

A fama pegou nas pinturas do século XIX e acabou caindo em Hollywood, como no filme O Viking (1978). Para fazer justiça, precisamos dizer que obras recentes como a série Vikings (2013) e o filme O Homem do Norte (2022) já se afastaram do estereótipo, trazendo representações mais precisas das roupas desse povo.
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2. Loiros de olhos azuis
Como têm sua origem no norte da Europa, é comum pensar que os vikings tenham sido todos loiros dos olhos azuis e representá-los assim na cultura pop, ideia também perpetuada por teorias raciais do século XIX. Estudos de DNA, no entanto, mostram que o povo era uma mistura de escandinavos com europeus do sul, eslavos (russos, ucranianos e poloneses) e saami (povo nativo da Lapônia). Vários guerreiros enterrados tinham cabelos e tons de pele mais escuros do que o imaginário prega.

3. O nome viking
Um erro muito comum, mas que acaba passando batido, é o próprio nome dessa população. O termo “viking” não era um adjetivo que definia os escandinavos, e sua única aparição nas runas é na expressão “fara i viking”, que literalmente significava “ir à moda viking”, ou seja, sair numa expedição de pirataria, guerra ou comércio. Europeus da época chamavam os invasores simplesmente de “Homens do Norte” ou “Daneses” (dinamarqueses). Os próprios vikings se chamavam, em geral, de “Ostmen”, homens do leste.
4. Couro e armaduras
As roupas e armaduras mais chamativas nas obras que retratam os vikings costumam incluir muito couro e armaduras cheias de metal e proteção. Na realidade, usava-se muito mais tecido e roupas acolchoadas, com cotas de malha — anéis de metal presos em elos — e muito menos couro e peles, que eram caros e quebradiços. Armaduras brilhantes só foram surgir na Europa medieval, centenas de anos depois.

5. Violência
Por fim, um dos aspectos mais famosos dos vikings é a representação desse povo como violento e bárbaro. Isso, no entanto, deve-se muito mais a um estereótipo imposto por seus inimigos: a maioria dos alfabetizados na época eram padres, e, como eram em sua maioria, pagãos, os vikings (que não deixaram registros escritos) não viam problema em saquear igrejas e mosteiros.
É claro que, então, os escritos dos europeus sobre os nórdicos relataram extrema violência, com exageros presentes em histórias como a do saque de Lindisfarne, na Inglaterra, em 793 d.C.

A realidade é que a maioria das sociedades da época era tão violenta quanto os vikings, e, como deixaram mais relatos do que eles, estes acabaram ficando com a fama, propagada nas histórias de bárbaros dos séculos seguintes e chegando até os dias de hoje. Os escandinavos também comercializavam e valorizavam a exploração e a convivência pacífica na mesma medida que seus vizinhos do sul.
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